Foi realizando no dia 14 de novembro a 32ª Edição do Sarau da Prenda Jovem do CTG Rincão da Cruz, que contou com a apresentação de 10 prendas jovens que foram apresentadas por seus pais a sociedade tradicionalista.
A noite foi preparada para ser um momento especial na vida de cada uma das Prendas, que conduzidas ao salão por seus pares, pais e padrinhos, vivenciarão uma grande emoção como a de todos os presentes no evento.
O tema escolhido pela patroangem para este edição do sarau da prenda jovem aborda e Lenda do Índio M`Bororé.
Que conta que os jesuítas, que fundaram Missões no Paraguai e na região do Guaíra, cruzaram o rio Uruguai, penetrando no atual Estado do Rio Grande do Sul. E criaram as sete povoações à margem oriental do Uruguai, onde os jesuítas reuniram a gente guarani. Prosperando, essas povoações se transformaram em verdadeiras cidades.
Eram elas: Santo Ângelo, São Miguel, São Lourenço, São Luís Gonzaga, São Nicolau, São João Batista e São Borja.
Conseguiram reunir 30.000 habitantes nos Sete Povos. E nesse período os guaranis construíram colégios e igrejas, verdadeiros monumentos que ainda hoje dão testemunho da sua atividade.
A cidade de São Miguel era a capital desse verdadeiro império guarani. Entrementes, novas fazendas de gado e de erva-mate e produtos agrícolas foram os esteios, nessa época, do poderio econômico missioneiro.
Para pôr fim àquele império autônomo que se formara na América do Sul, Espanha e Portugal uniram-se e, primeiramente, tentaram enxotar padres e índios pela força de tratados.
Os índios não quiseram abandonar seus campos; os padres não quiseram abandonar suas cidades.
E assim se originou uma das mais desiguais guerras daquele século: Espanha e Portugal contra os guaranis dos Sete Povos!
Os padres, na hora aflita da invasão, abandonaram as suas fazendas. E, na fuga precipitada, não podendo levar consigo as riquezas, confiaram-nas às terras e águas que lhes pareceram propícias.
No entanto, esses tesouros não ficaram de todo abandonados à cobiça dos homens. E como aquilo já passou de duzentos anos, Os índio fiéis à sua missão, envelheceram, morreram e depois de mortos, continuaram a defender os tesouros.
M'Bororé é o vigia das casas brancas.
Esse índio era amigo dos santos padres das Sete Missões, da terra que dá vertentes para o Uruguai. Dentro do mato, no alto de uma lombada, há uma casa branca, branca como caiada, sem porta em nenhum lado, sem janela em nenhuma altura. Dentro, as salas estão lastradas de barras de ouro e barras de prata, tão pesadas que são precisos dois homens para remover cada uma delas. E todas as juntas das pilhas estão tomadas de pedras preciosas. Por cima de tudo, estão os castiçais, os resplendores de santos, feitos de ouro maciço. Seria um nunca acabar se fôssemos enumerar as riquezas ali reunidas.
Quando os padres foram tocados, M'Bororé ficou tomando conta da casa branca que já estava feita, sem portas nem janelas. Guardou-a enquanto era moço, guardou-a depois de velho e, depois de morto, continuou a guardá-la como um índio fantasma. Continua a guardar até hoje, rondando a casa branca sem portas nem janelas.
Saudamos as Prendas Jovens desta edição deste tradicional sarau que com sua presença, beleza e mocidade, abrilhantarão os salões desta sociedade, prendas estas que, como primavera, com sua alma de flores, resplandece, sonham e amam a vida.
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